sábado, 2 de abril de 2011

Capitulo II os 40

Choro que nem uma madalena arrependida.


Telefono á minha Maria José a chorar, “vai ao médico ou á urgencia, que queres que faça estou a trabalhar e tu já és grandinha...toma qualquer coisa e deixa-te estar na cama.”

Fico em casa todo o dia a correr para a casa de banho.

Telefono á minha médica para marcar consulta, espero pela Zé e abre Portugal.

Em Portugal lá me arrastei para o banho, mal disposta e sempre em companhia do polvo enrrolado a mim.

(Eu) Se tenho de morrer, é melhor fazer o meu testamento antes.

(Zé) Boa ideia. Vou telefonar ao notário ainda hoje não vas tu morrer...

Estava tão cansada que nem tinha força para lavar os cabelos, o meu corpo tremia.

Que se lixe, não tomo banho como assim a médica examina-me na mesma.

(Zé) Estás doente e porquinha...

Bem lá tomo banho, lavo os dentes, visto qualquer coisa e  umas cuecas novas.

A minha mãe diz sempre “ quando se vai ao médico deve-se levar roupa limpa e a nossa melhor langeri. Assim se á qualquer coisa evita-se a humilhação das enfermeiras ou outros, quando nos despimos. Eu sigo sempre este concelho.

Já a minha avó que guardava a melhor combinação de linho para ir ao médico e quando a levantava para os exames ela ia impecavelmente branca, já que cuecas era coisa que ela não usava.

Eu ainda sou do tempo de se usar combinação, não se vestia saia ou vestido, sem que se vestisse combinação, uma menina de familia não saia de casa sem essa peça importantissima, mas os tempos mudaram e agora basta uma cueca fio dental, ai se a minha avó fosse viva iria corar até as orelhas, e diria esta juventude está perdida.

Lembro-me do meu avô paterno, não poder ver o meu irmão sem camisa no verão achava que era uma falta de respeito,  obrigava-o a vestir qualquer coisa, pois era uma falta de respeito para com as meninas/mulheres, já la vão uns 20 anos que le faleceu mas ficaram as saudades de alguém que me acolhia quando o meu pai me batia por tudo ou nada, era um homem de personalidade forte mas sempre me protegeu de todas as tareias, foram ai uns 19 anos de terror em casa dos meus pais, agora tudo é diferente, mas ainda me sinto intimidada pelo meu pai quando falo com ele é como se ainda estivesse naquela altura.

“Amo muito o meu pai, está lá sempre quando é preciso, nunca nos deixou ficar mal, mas nem tudo foram rosas, a começar pela sua adolescencia, vivia numa casa onde passava todo o tempo em guerre fria, ou seja os meus avós paternos viviam em guerra permanente, e tudo devido ás amantes do meu avô.

Para ficarem com uma ideia o meu avô fora do casamento fez 7 filhos.  A minha avó coitada que podia fazer, naquela altura o divorcio não era bem visto, se ainda hoje a sociedade não aceita determinadas mudanças, imagina-se naquela altura.

Enfim cresceu na guerra, e tornou a vida dos filhos numa guerra, apanhavamos todos os dias, tivesse razão ou não, a minha mãe fechavanos a chave num quarto até ele se ir deitar, e só depois nos deitavamos...isto durante anos.
 Até um dia a minha mãe disse “já chaga eles são os meus filhos”...


A minha avö dizia “o filha do rapaz (meu pai) não tenho qualquer coisa a dizer mas dos pais jà não é bem assim, olha que ao casares com o filho casas com os pais...” mas a minha mãe “não é bem assim eu amo muito o meu manel e caso é com ele...” e casou fora da terra porque o meu avô não os deixou casar na terra. Foram felizes enquanto viveram em Lisboa, mas quando voltaram, para a terra tudo mudou, tal como o meu avô tinha dito ela tambem casou com a familia...

Lá fui ao hospital, a médica abre a porta, faz-me entrar dentro do gabinete. Eu agradeço-lhe com lágrimas nos olhos, ela escreve qualquer coisa marca exames, diz-me para me deitar na maca e despir as calças, palpa toda a zona desde o estomago ao intestino, num silencio sepulcral.

Cheia de medo pergunto:

É grave?

Não, palpo aqui uma massa mas penso, que não será grave, mas vou-te marcar uma conoloscopia.

“Conoloscopia que horror, mas terá que ser assim fico a saber o que tenho...”

(Mádica) Vou prescever-te um medicamento para ficares com o intestino limpo, e não deves comer fibras 3 dias antes do exame, e não comes na vespera do exame. Vais fazer uma ecografia Rx abdominal

Fiz todos os exames como prescrito, inclusive a conoloscopia que foi como descer ao inferno, nunca lá estive, mas que parecia não tenho a menor duvida.

(Médica) És uma doente sem nada teres, não te encontro nada.

Vim para casa e chorei até se me acabar a água, não sei o que tenho mas não estou bem sinto-me mal, só me apetece dormir horas sem fim, acordo cansada, passo os dias a lastimar-me.

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