sábado, 2 de abril de 2011

Os 40

Capitulo I




Acordo por volta das 6h da manhã e penso estou a um mês de fazer 40 anos, abro os olhos perfeito .um longo dia de trabalho está a minha frente 12 horas no minimo porque no máximo são as 13 ou 14, já que no meu serviço não existe hora para sair, teoricamente é as 19h:30’, mas nem sempre é a verdade, e não pagas, mas tudo pelo bem da empresa...ai meu Deus.

Desde que entrei no ano 2010 todos fazem questão de me dizer, “é este ano que vais fazer 40?", ”outros dizem “estás a perder a memória?, é da velhice, será de fazeres 40?”, bem ouço todos os dias praticamente o mesmo pelo contrário os meus pais é como se ainda tivesse 3 anos, “ce lá vie”.

Arrasto-me para o duche e digo vá lá mais um dia para a reforma, vá tu até gostas do teu trabalho “ser enfermeira”, mas mesmo até isso parece insuportável, e digo “é hoje vou increver-me em psicologia, sempre gostei de psicologia mas nunca tive coragem para o fazer, todos diziam, mais uma para as estatisticas do desemprego, este mal fadado desemprego que nos percegue, que nos dá pesadelos.

Mas que se lixe este fantasma é aquilo que gosto estou farta de limpar cocos e chichis, somos licenciados, um nome pomposo Licenciado em Enfermagem, e?, tá bem tambem damos ums medicamentos, somos nós que estamos 24 sobre 24 horas a cabeceira do doente e dai, com quem é que reclamam os doentes? Com quem desabafam’, com quem podem contar?, quem é que os deixa confortavelmente para dormir?, mas e não passamos de simples enfermeiros, empregados do Senhor Doutor, socialmente somos as Marias dos médicos.

Ao fim de pensar em tudo o que não gosto, não sei porque mas agora não me apetece fazer fretes a ninguem, e se antes dizia o que pensava agora é bem pior, voces sabem lá, as vezes até fico envergonhada com o que me sai boca fora é horrivel deve ser dos 40 a chegarem.


Certa manhã,  parece que as pernas não querem sair da cama têm vontade propria, doi-me tudo.


Atacaram-me durante a noite só pode ser.

É como se um polvo me ataca-se, com os seus mil tentaculos, cada vez mais apertados, que me impedem de respirar.

Deito-me outra vez, estendo-me na cama, mole, sem vontade para nada.

Nas minhas veias, já não corre sangue mas ondas de fadiga, cansaço.

Bem, fiz uma gripe. Mas é uma grande gripe. A minha cabeça parece que rebenta mas não tenho febre,  que será?

Inquietante, mas não pode ser a gripe, estou vacinada.

Bem então o que é?

Para começar telefono para o serviço a “hoje é impossivel de ir trabalhar acho que estou com gripe.”

O pior vem depois começo com uma azia, diarreia, transpiro frio.

O meu corpo grita Secorro...estou envenenada.

Que é que comi hontem á noite, rápidamente passo todos os ingredientes pela minha cabeça, mas nada me parece susceptivel de me fazer mal.

Comi arroz de feijão com febras.

Mas não é o pobre do arroz e as fevras que me vão destruir o estomago.

...será uma úlcera?

...poderá ser um cancro?

Parece que me rebentam as veias, mas o pior que não me consigo mecher, está bem estou um bocadinho gorda, 110 kilos, nada de mais...

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